quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Violência urbana, violência simbólica"



Hoje quando meu marido preparava-se para sair para o trabalho, assistíamos "São Paulo no Ar", programa em que antes era apresentado pelo simpático "Facchiolli" e agora não tão menos simpático, outro gordinho "Mota".


Então que passava uma reportagem sobre "portas automáticas" dos bancos. Em dois casos apresentados as duas "vítimas = cidadãos - comuns", passaram por constrangimentos horrorosos na porta do banco, para provar que eram apenas pessoas de bem com o intuito de honrar m dia com o pagamento de suas contas.

As portas eletrônicas, teoricamente, servem para nos deixar seguros, mas se pensarmos um pouco, ela é uma humilhação ao ser humano.


Automaticamente, ao nos depararmos com uma, "ela" nos diz que nós não somos merecedores de confiança e que para sermos aceitos no ambiente, precisamos provar que não somos malfeitores.
É o oposto da máxima que diz que somos inocentes até que se prove o contrário. Aceitamos este sistema que nos obriga a usar um crachá todos os dias, mesmo que o porteiro, o segurança e a recepcionista nos conheçam há 20 anos. Hoje não se entra mais em um lugar público sem fazer um cadastro que inclui RG, telefone e foto tirada na hora.


Dias desses, fui ao apartamento de uma amiga e ela nos acompanhou até a portaria do imenso condomínio. Lá estava uma TV de tela "maior-que-existe-até-o-momento", creio que de 60 polegadas. Cada pessoa que passava pela catraca eletrônica ou mesmo que saísse de lá usando-se da garagem, uma imensa foto dela assim como sues dados, era simultâneamente inserida nessa tela de tv. Minha amiga muito "sacada" que é, imediatamente manifestou que tomar uma atitude dessas sem comunicar os moradores, é inconstitucional. Cada morador deve "autorizar" a publicação de seus dados como nome, placa de carro e foto, mesmo sendo sendo comprovada a real necessidade de se fazer dessa forma.


Entendo a preocupação com a segurança, acho que ela é legítima, mas não sei se paga o preço da
desconfiança institucionalizada que esses sistemas criam. Na verdade, estamos cada vez mais presos em nossas casas e carros.





"Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ser saco de pancada?" {Gabriel, o Pensador}

Um comentário:

Impressões disse...

Tem razão amiga.. nos tornamos reféns de nós mesmos.....
Beijos...