segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Consumo...logo existo"






O Planeta pede socorro..........................



Um dia li uma frase em uma Oficina da Semana da Pedagogia que alguém colocou em um cartaz. Dizia assim...


"O Planeta está doente. Quando ele morrer, para onde nós iremos?"


Tal e qual. Parece até uma frase de criança, mas é preciso olhar adulto para poder tomar as providências cabíveis para obtermos resultados favoráveis nesse sentido. É...realmente o planeta está doente.

Isso me lembra uma carta escrita pelo Grande Chefe Seatle em 1855, quando, ironicamente, o grande Sábio já fazia menção à possíveis acontecimentos futuros, caso os homens brancos tomassem posse da terra. E foi assim...

Narrada como uma premonição, as palavras do índio, que um dia existiu apenas como um belíssimo poema, hoje nos faz refletir sobre as atitudes de cada um de nós. Não, isso não é apenas "culpa" do vizinho. A Terra está sendo consumida à largos passos. Estamos gastando mais reservas naturais do que podemos, já que somos quase 7 bilhões de habitantes consumindo trinta por cento a mais do que o mundo pode suportar. Água, ar e terra são recursos que, infelizmente, não se renovam como um estalar de dedos e não podem ser digitados em um computador e serem "fabricados" em uma máquina inventada pelo homem.

Como muitos de vocês já sabem, moro em uma chácara por opção. Evidentemente, com toda segurança 24 horas e infra-estrutura que o mundo moderno exige da gente porém, não deixando de ter um longo espaço arborizado à nossa volta. Certa vez, recebi umas pessoas do trabalho de meu marido e tive que sair providenciar umas comidinhas para receber bem a todos. Coloquei os sacos com os lixos em meu carro já de uma vez que passaria pela lixeira e dessa forma, os despejaria durante o trajeto. Todavia, me esqueci as chaves e rodei por algum tempo dentro do carro. Uma das visitas que me acompanhava, virou-se para mim dizendo " Ai Sy...porque você não aproveita que estamos aqui no meio desse mato e joga esses lixos?" (!!!)

Vocês conseguem imaginar a minha cara de espanto ao ouvir estas palavras? É o mesmo que sinto quando vejo "alguém" do carro da frente jogar pela janela uma latinha de cerveja ou palito de sorvete...o que mais me intriga é o fator de que isso é amplamente divulgado inclusive em forma de lei com direito a pagamento de multas, mas o povo não aprende...tsc,tsc...

O que mais me deixa "angustiada" é o gasto completamente desnecessário da água pelas maiorias. E isso nada tem haver com maiorias desenvolvidas, subdesenvolvidas, privilegiadas ou não. São as maiorias das pessoas mesmo. Pouco importa a classe social, credo, crença, raça, etnia ou preferências. Infelizmente, é bastante triste, mas as pessoas em geral, continuam a lavar suas calçadas com mangueiras, continuam tomando banhos demoradíssimos, continuam escovando seus dentes com as torneiras ligadas e...sem a menor "dor-na-consciência". Hoje mesmo passei pelas adjacências da 23 de maio e lá estava um caminhão-tanque, desejando aquela enorme quantidade de água sobre uma rua a qual aparentemente havia acabado de ter um pedacinho consertada, era preciso uma enorme rajada de água para "lavar os resquícios". E por falar nisso, vai chover daqui há pouquinho. Será que não dava para esperar a própria naturexa agir nesse sentido? Até o meu filhinho de oito anos comentou que pensava que as águas de caminhão-pipa serviam para levar água para quem não possuía encanamento de rua. Tive até vergonha de responder, mas disse a ele que às vezes as pessoas fazem "coisas erradas" por isso que a água não é suficiente para todos.........

Deixo abaixo para que todos possam conhecer, a carta do Grande Chefe Seatle a qual mencionei acima.



“O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Há uma ligação em tudo.”


No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva". O texto da resposta do Chefe Seatlle, tem sido considerado, através dos tempos, um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente.


"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo.

A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho. Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós.

As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.

E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.


Onde está o arvoredo?


Desapareceu...


Onde está a águia?


Desapareceu...


É o final da vida e o início da sobrevivência."



Abraços,


Syy

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